terça-feira, 2 de maio de 2017

Espiritualidade psicoativa

A respeito da espiritualidade dos adictos em maconha, acredito, seja efeito do psicoativo. Ainda sem saber exatamente o que se passa, principalmente pelo tabu que a ciência enfrenta pra estudar o vegetal mais amado e odiado pela humanidade, seguimos sem entender o que se passa na mente dos fumantes. Cada um é um universo e em cada mente, a marijuana atua de uma forma, entorpece, agita, acalma, entristece, cura depressão. Só dá pra saber fumando. O mito de que maconha não vicia é insustentável, vide o tanto de maconheiro que precisa fumar pra comer, fumar pra dormir, fumar pra se sentir vivo.
A maconha é, de fato, uma companheira pros solitários, uma camomila pros ansiosos e uma pílula de felicidade pros pouco criativos. Um efeito recorrente, porém, é a espiritualidade que ela causa nos usuários. De alguma forma, quem fuma se aproxima dos outros seres vivos, da natureza, de deus e de si mesmo. É romântico e ao mesmo tempo assustador se pensarmos que essa espiritualidade pode nada mais ser do que um efeito colateral que se adquire com os anos de baseados diários. E nem sempre precisam ser diários, há quem adquira a espiritualidade muito facilmente, mas esses, acredito, já haviam de ter algum pezinho no céu.

E então fica a contradição entre a beleza da aproximação com o divino e a estupidez de ser esta um simples efeito, químico, molecular, cerebral, ou ainda quem sabe, comportamental, o qual adota-se pra melhor entrosar-se com os outros que fumam. Quão patéticos podemos ser! 

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