No que diz respeito à arte, o que
mais me interessa são os artistas. Não exatamente os artistas em sua gloria, no
momento brilhante do palco, nos aplausos ou no reconhecimento de sua
genialidade. A obra pronta tampouco é o mais fascinante. Atraio-me sobretudo
pelo processo criativo. Por todos os motivos que fazem alguém se dedicar ao que
quer que seja. Pelos bastidores. A parte esquisita e introspectiva, as questões
emocionais que levam o artista a se entregar à arte. A dor que leva ao abraço
de um violão, a angustia que se cura abrindo suavemente os braços numa dança, o
calor do corpo de quem se expressa pelo ritmo da percussão. As inspirações. O
extravasamento. A pessoa que existia antes do encontro com a forma de expressão
artística da qual se utiliza. Nossas questões internas são os pilares da arte,
e esta, nossa fuga primordial. Repleta de dor e loucura, é ela quem nos tira
das trevas. Quanto mais experimentamos de sua terapia, maior é a busca, a
dedicação, o vício, e então nascem os artistas, os “gênios”. Os gênios são,
portanto, viciados na busca da solução de seus fantasmas. Ou no efeito que essa
infinita busca gera. Os loucos também o são. Gênios.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Três vezes arte
Alguém estava triste na rua, Recuperando-se do dia inteiro sofrido Tentaram distraí-lo de seu sofrimento Enganando-o com as gritaria...
-
Lembro da primeira vez que abri uma beringela e me deparei com aqueles pontinhos marrons. Pensei que estava estragada, tinha passado do pon...
-
Quem são os presos do porão? De onde vem, para onde vão? Merecem, enfim, ser quem são? Isso é o que devia passar na televisão. Nessa noi...
-
Aquele amor embalado ao som de xote, da voz do nosso amigo, daquele gingado que só fazia parte da gente mesmo. O amor que se fazia no meio ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário