Nos últimos dias, eu conheci a paixão, reconheci a
timidez e convivi com diferentes formas de (con)viver.
Conheci a família, os
amigos, o Chile e os cachorros.
Acariciei cachorros.
Peguei em pedras. Subi
nelas.
Conheci o céu, o sono, a chuva e o meu corpo.
Reconheci o leite.
E o
queijo.
Revivi beijos, senti e ressenti cheiros.
Conheci o pequeno, reavaliei o
grande.
Bebi água de verdade.
Nos últimos dias, deixei as águas lavarem meu
corpo, sem tomar banho.
Poemas me tiraram de mim.
Ah, os últimos dias...
Neles me enganei de todas as formas.
Conheci a Jussara e
comi de seus frutos.
Entendi o trabalho.
Conheci a fé em diferentes formas.
Também
o amor.
Reconectei.
Gostei e não gostei. Entendi e desentendi.
Paguei pouco em
dinheiro.
Ah, os últimos dias...
Conheci o mel, as abelhas e suas casas de cera.
Repensei a
exploração.
Plantei sementes.
Caminhei.
Entendi os homens, me compreendi um
pouco mais.
A bossa-nova se apresentou na sua linda forma.
Conheci novas
famílias, diferentes daquelas.
Arrumei objetos.
Lamentei a privação.
Me
apaixonei por um cometa.
Conheci, julguei, avaliei e reavaliei.
Quintais me
surpreenderam.
Entendi os artistas, as artes belas e as Belas Artes.
Conheci flautistas
e saxofonistas e escaladores de árvores.
Adormeci a boca com jambu.
Nos últimos dias, fui apresentada a novas e
inacreditáveis partes de mim.