sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Reamor

Um dia ainda morro de saudade.
Essa ardência que dá por dentro, com foco no peito e leve espalhar contínuo pelo resto do corpo.
Que faz a cabeça pulsar, os olhos paralizarem e as mãos suarem frio.
Não sei se o nome é saudade ou nostalgia.
Uma sensação corrosiva, tão intensa quanto aquela que dá ao meio dia de uma manhã sem café.
Se um dia eu morrer de sentir, vai ser disso.
É isso que me mata!
Saudade do que é lindo, das sensações passadas, de antigos momentos de intenso amor.
O amor daqueles momentos de vez em quando jorra de novo, retransborda.
E aí eu quase morro.
Não é saudade, não pode ser.
Tampouco nostalgia, seria triste demais.
É reamor.
Reamor aos sorrisos sinceros e acolhedores, reamor aos abraços, reamor à brisa fina dos mares, ao calor intenso do sol e a umidade do suor.
Reamor aos diálogos.
Reamor, sobretudo, ao magnetismo invisível dos bons momentos.
Magnetismo que sobe do chão e desce do céu ocupando a atmosfera de intensas sensações.
O prazer magnético que é reamar.
Aparece quando menos se espera, não se pode prever.
No meio do banho, num percurso de onibus, no meio de uma leitura.
O reamor toma conta quando quer.
E então é quando torno a sentir aquilo que senti na casa da Islândia, no primeiro banho de mar de água doce, em cada pisada descalça na areia fofa e quente de Algodoal,
Nos embalos apaixonados da rede, no eclipse lunar a bordo.
Como é bom amar tudo de novo.
O amor que em mim habita.

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